terça-feira, 24 de março de 2009

Como calcular cilindrada em motores

O que é a unidade que mede e representa o “tamanho” do motor e como aumentá-la para ganhar potência. Quantas vezes os donos de Opala seis cilindros ficam na dúvida se seu motor era um 4100 ou 250 pol3. Na verdade, as duas designações são corretas, sendo ambas aplicáveis em um mesmo caso. Pela medida americana (ou inglesa), este motor Chevrolet de seis cilindros tem 250 polegadas cúbicas de capacidade (ou cilindrada) e, pelo sistema de medida europeu (métrico), tem 4.100 centímetros cúbicos (também de cilindrada). Assim, ambas as medidas se referem à cilindrada (ou capacidade cúbica) uma das formas mais precisas de se exprimir o “tamanho de um motor”. Ao contrário do que muitos pensam, cilindrada não significa necessariamente uma “cavalagem” maior, pois não existe uma relação tão direta entre cilindrada e potência. Apenas para citar um exemplo, o motor Fiat 1.600 cc a gasolina tem 84 cv de potência, enquanto o Ford CHT (de projeto Renault), também de 1.600 cc tem apenas 73 cv de potência. A cilindrada refere-se ao volume dos cilindros, de modo que é preciso utilizar a medida cúbica, da mesma forma que, para medir a área de uma casa, é utilizado metro quadrado. Como não teria sentido dizer que um motor tem 50 centímetros ou 10 polegadas, foi escolhida a cilindrada (1000 cc = 1 litro) para dar a idéia exata da dimensão útil interna dos cilindros. Para isso basta saber qual o curso dos pistões, o diâmetro dos cilindros e o número destes últimos para calcular o “porte” do propulsor. Não é todo espaço do cilindro que é medido, mas apenas seu espaço útil, ou seja, aquele volume compreendido entre o ponto “mais baixo” e o “mais alto” atingido pelo pistão (Ponto Morto Superior e Ponto Morto Inferior). Esse espaço é também responsável pela quantidade de aspiração de mistura ar/combustível para dentro do cilindro; quanto maior o espaço (cilindrada) teoricamente maior será a quantidade de mistura aspirada para posterior compressão e queima. O próximo passo é multiplicar a cilindrada de cada cilindro pelo número de cilindros para se chegar à cilindrada total do motor, ou seja, definir o seu tamanho. No caso do motor Chevrolet 250 cada um deles tem cerca de 683 cc, valor este que, multiplicado por seis, perfaz 4.098 cc de cilindrada. Unidades Foram adotados, como medida de cilindrada, o centímetro cúbico (cc/cm3), o litro (l) e a polegada cúbica (pol3), apesar desta ultima estar caindo em desuso. Como 1.000 cc equivale a 1 litro, muitos costumam utilizaro mesmo para designar o tamanho de um motor. Assim, o Opala seis cilindros tem 4.100 cc, 4.1 litros ou 250 pol3 de cilindrada. Muitas vezes se utiliza o ponto em lugar da vírgula quando a medida é em litros. Em matemática isso é errado, mas para os “marketeiros” a virgula não convence em termos comerciais e os fabricantes preferem utilizar o ponto. Além disso, os departamentos de marketing das montadoras utilizam a chamada “cilindrada comercial”, ou seja, a cilindrada arredondada. Afinal, seria complicado explicar porque o Monza tem 1.998,23 cc; mais simples é adotar o 2.0 (litros) arredondado. Além disso, para confundir ainda mais a questão, algumas fábricas adotam a cilindrada em litros, outras em centímetros cúbicos e algumas usam até mesmo as duas medidas. A Volkswagen, por exemplo, faz uso do 1.8 (litros) para o Gol e 2000 (cc) para o Santana. Potência específica Como maior cilindrada não significa obrigatoriamente maior potência, utiliza-se a primeira para saber a potência específica de um motor, ou seja, quantos cv de potência ele rende por litro de cilindrada. Quanto maior for essa potência específica, mais apurado tecnicamente é o motor. No caso do Gol 1000, de praticamente 1.000 cc e 65 cv, o motor rende 65 cv/litro de potência específica. Assim, um motor de grande cilindrada não é necessariamente mais potente que um de baixa cilindrada, mas o aumento desta quase sempre traz algum ganho de potência. Para os norte-americanos, “o melhor veneno é o aumento de cilindrada”, pois estão acostumados com motores de grande “litragem”, baixa potência específica e longa vida útil, embora com maior consumo de combustível. Daí, qualquer alteração já se reflete no aumento da potência. Pode-se elevar a cilindrada de um motor de três maneiras: aumentando o diâmetro dos cilindros, o curso dos pistões ou ambos. Um exemplo didático deste fato é dado pelos blocos retificados (exceto por motores encamisados, como o Ford CHT): por ser necessário aumentar o tamanho dos cilindros, ele tem os pistões trocados por outros maiores, fato que se reflete no aumento da “litragem”. Por outro lado o aumento de cilindrada feito pela mudança no curso dos pistões não é tão simples: para isso é preciso utilizar um virabrequim maior, o que acaba exigindo que se retire material do bloco do motor, enfraquecendo-o. A cilindrada de um motor pode variar dos 4 cc de um aeromodelo, passar pelos 1.000 cc de um Fiat Mille, chega aos 7.500 cc de um Muscle-car norte-americano e terminar nos 900.000 cc de um motor de navio. Mais importante que isso, entretanto, é o fato da cilindrada ser coerente com a potência desenvolvida. Afinal, de nada adianta um motor “grande”, de 5.000 cc, mas que só desenvolva 60 cv (pois haverá desperdício de material e dinheiro) ou bloco um de 1.300 cc que, apesar de “pequeno”, renda 300 cv (já que sua vida útil será mínima). Cilindrada : como calcular Para calcular a cilindrada de um motor qualquer é necessário saber-se o diâmetro dos cilindros e curso dos pistões, além do número total de cilindros. Esses são dados sempre presentes na ficha técnica de cada modelo. A fórmula a ser usada começa pelo cálculo da área do cilindro, que é obtida multiplicando-se a constante n (normalmente usa-se 3,1416) pelo raio (isto é o diâmetro dividido pela metade) elevado ao quadrado. Sucessivamente o resultado obtido é multiplicado pelo curso do pistão, obtendo-se, então, a cilindrada unitária, isto é, o volume de cada cilindro. Basta então multiplicar pelo número de cilindros, para se obter a cilindrada total. A fórmula é: Cilindrada Cúbica = n x p x (D/2)² x h Onde: n = n° de cilindros p = 3,1416 (é a constante) D= Diâmetro do cilindro, em cm h = Curso do pistão, em cm

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